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domingo, 5 de dezembro de 2010

QUANDO O AMOR FENECE


QUANDO O AMOR FENECE...

Nos tempos que antecedem o fim de uma paixão...
Os dias se tornam curtos; como se todo o tempo do mundo...
Não pudesse conter a ansiedade da espera...

Quando o fim de uma paixão se anuncia...
Os dias se tornam frios, como se um eterno outono os envolvesse...
É possível ver as folhas amarelarem, e cair, mesmo quando, no tórrido verão...

Nos dias em que o fim da paixão se anuncia...
As noites perdem sua magia e calidez, tornando-se sombrias e frias...
Um frio pleno de vazio e desesperança, e mesmo assim... sufocante...

Quando o fim de uma paixão se aproxima...
As mais puras verdades: a da constante ausência e a palpável distância...
Que até então se mostram como um engodo, uma ilusão de plenitude, vão se desvelando à medida que o peito sangra... e os olhos tornam-se uma nuvem cálida impregnada de chuva, dor, saudade e sentimento...

Nos tempos em que se sente o fim de uma paixão...
O que permanece evidente e claro, são apenas as dúvidas, as perguntas sem resposta...
O que se teria feito, onde e de que forma cometemos o vil engano, ou nos deixamos ser enganados... e sentimos que o tempo se prostra... e tudo que deve ser feito... paralisa.

Quando o amor fenece, finalmente, após o tempo em que permanece como uma paixão...moribunda; é possível sentir o ruído quebradiço de nossa alma, como se essa tivesse se tornado uma flor seca no inverno, um crisântemo que o sol da inclemência ressecou... e assim... caminha-se pelo jardim assombrado dos dias, carregando o murcho ramalhete do que antes era a colheita de um jardim florido; atira-se ao vento as folhas esmagadas,,, e sem cor, sem vida, como quem limpa as flores mortas da tumba do ser amado.

Quando o amor fenece, por mais breve que tenha sido sua vida, mesmo que tenha existido apenas em nosso fértil coração sonhador. Parte de nossas vidas se esvai... pois ser humano é se alimentar de sonhos e fantasias, e viver por tentar torna-los verdade, mesmo que no fundo saibamos que sua única função é nos iludir, para que possamos suportar o vazio do passar dos dias...o desencanto de sabermos que tudo é finito e passageiro... da mesma forma como nosso tempo e nossa própria estória.

Quando sentimos finalmente quando o amor feneceu? Quando as visões que ansiamos, os rostos que queremos ver, o perfume do corpo que ansiamos enlaçar, passam pela nossa vida com os rostos virados para o outro lado da rua... como se de nossa vida, de nosso pequeno mundo, nosso canteiro de flores entristecidas, já não houvesse nenhum néctar à ser colhido, nem mesmo algo digno de uma rápida visão...

Quando o amor fenece, o coração sangra, o corpo adoece, a saudade exala cheiro de morte... e a alma se desfaz em ácido pranto que nos fere a face... e nos exaure ao limite da quase morte; Quando o amor fenece... quando o amor morre...quando a ilusão do amor morre... morremos um pouco também!

Gilberto Galdino
06/12/2010

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